
Preguiçam barcos nos rios dourados como se as pontes existissem para sempre. Refazem-se horas de um tempo esquecido. Acreditamos ser nós, de novo, renascido corpo em invólucro azul. Rejeitamos os sinos que dizem notas dissonantes. Sabemos que voltarão a tocar quando a cidade nos embrulhar em dias sujos. Os invernos da alma dirão de nós mais que estes dias parados entre caminhos sem fim e muros brancos de sol reflectido. Levaremos lembranças vagas, diminutos refúgios de pequenas felicidades. A sobrevivência alimenta-se de efémeros reflexos de ouro.
foto de mariab