domingo, 16 de agosto de 2009

a montanha

o chão é agora uma amálgama de destroços. sangram os pés descalços. ardem os olhos abertos para os mundos que se degradam. que sabem os homens a quem não incomoda o ar fétido? surdos para a essência, nunca ouvirão o som da flauta. o inequívoco anúncio doutros céus que paira sobre a peste das cidades. escutarão apenas um incómodo zumbido. nunca farão o sacrifício do sangue sobre as pedras do solo. nunca subirão à montanha.


foto de Sam

9 comentários:

  1. "Olha, acolá, tantos estúpidos, meu Deus!"... como disse António Nobre no poema "A Vida"...

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  2. apelo forte aos grandes espaços. livres...
    à vertigem da montanha!

    belíssimo.

    beijo

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  3. montanhas custam a subir.

    o mergulho na ilusão é mais fácil do que o esforço de ser parte no universo.

    excelente reflexão!

    beijo

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  4. O que dizer?
    Espero que você esteja bem!
    Beijos

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  5. Um texto lindíssimo. E lembro Torga: "Só quem sobe à montanha toca o céu. Na terra chã ninguém se tranfigura"...
    Um beijo.

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  6. Não me queres dizer onde mora o teu sorriso
    Ausente do incontido abraço
    Ausente das palavras felizes
    Envolto em nuvem escura no espaço

    Não me queres dizer o rumo
    Que leva ao teu terno coração
    Não me queres abrir as portas
    Da cor vibrante da paixão?



    Bom fim de semana



    Doce beijo

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  7. Lembrei-me da dialéctica platónica...
    .
    [beijo...@]
    nemtudooquesobe.blogspot.com

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