terça-feira, 9 de junho de 2009

caminhos prenhes de sinais


“porque o que te dou já era teu no início dos tempos. como uma dádiva de imortalidade.”

Fevereiro 2009



sob a máscara
nem uma palavra nova soa
quando os sonhos se semeiam
em terra escura
tudo o que te digo já foi dito
em outros tempos
quero-te os olhos fechados
desenha o tacto em caminhos
prenhes de sinais
esquinas contornos sabidos
um pássaro antigo nos olhos
sob a máscara


foto de ennio

16 comentários:

  1. "tudo o que te digo já foi dito
    em outros tempos"

    Muito bonito!
    Um abraço e obrigada por seguir meu blog.

    ResponderEliminar
  2. haverá então que fundear as palavras na decifração dos sinais. e no canto da ave. sob a máscara...

    belíssimo.

    beijo

    ResponderEliminar
  3. Quando a vida se repete e as horas nada trazem de novo, talvez… talvez de olhos fechados o tacto descubra novos arrepios porque não se reconhece, porque não se identifica, porque volta a imaginar com o desejo de quem mascara e… não vê.

    ResponderEliminar
  4. São belas as palavras que aqui contam de caminhos e sinais. E há máscaras que escondem, talvez, rostos que estejam já mortos...

    ResponderEliminar
  5. Mariab...

    Por vezes a cegueira assalta o olhar... Escolhe os caminhos tacteando,
    seguindo o voo dos pássaros!


    Beijos meus...

    ResponderEliminar
  6. Mas ouvir de quem se gosta é sempre novo...

    ResponderEliminar
  7. Outro poema enigmático e intemporal. É como se escrevesse durante uma viagem em uma máquina do tempo. Muito bonito.
    Um beijo!

    ResponderEliminar
  8. Os meus silêncios gritam marés à solta. Em praias desertas no meio dos olhares dos Homens. São passos firmes entre chagas e calores. Entre fogos e amores por onde os meus sonhos deslizam embriagados e solitários... Cada olhar. Cada mão. Cada cantar. Cada eterna inquietação. Os meus silêncios morrem-me por entre a pele de cheirar a viagens. São fontes puras e frescas à direva no meu peito. São as cores das peregrinações. As noites que se estendem sobre o leito vazio. O espelho da lua pousado sobre mim. E tuda permanece enfim outra vez novamente. Entre a máscara e o embrião...

    ResponderEliminar
  9. Sempre densas as tuas palavras. Sempre cheias de sentido e ritmo. Sempre muito boas para se lerem!
    Bjs
    :)))

    ResponderEliminar
  10. dizes que tudo o que dizes já foi dito,
    mas nunca terá sido dito, assim, tal qual

    pois o dizes com a beleza inaudita
    de um poema que jamais será igual
    a um outro qualquer, pois, afinal,
    traz gravado a tua marca pessoal.

    Bom fim de semana.
    Beijos

    ResponderEliminar
  11. Ha silencios que dizem o tudo que nos vai por dentro e não ha palavra que possa explica-lo.
    Gostei daqui

    Volto
    Denise

    ResponderEliminar
  12. "um pássaro antigo nos olhos
    sob a máscara "
    Quem disse que as palavras são inúteis quando o silêncio é maior?
    Um beijo

    ResponderEliminar
  13. Mas que poema lindo você escreveu. Gostei muito da surpresa, da força!

    ResponderEliminar
  14. o fascínio primeiro

    do pássaro

    grávido de sinais,

    ( como o re-conheço!,



    beijo



    ~

    ResponderEliminar
  15. Blog tão interessante e foto fantástica, com título a valer a voto

    ResponderEliminar

Aqui disse de mim. Diz tu também...