sábado, 21 de março de 2009

estes tempos




Tempo de covardia e tempo de ira
Tempo de mascarada e de mentira
Tempo de escravidão

Sophia de Mello Breyner Andresen, excerto de "Data"



levanto os olhos para lá dos muros
que se erguem
em cada dia espero a luz na hora certa

mostras-me lama e sei que a razão
reside em ti
dizem-me os céus prenhes de agoiros

pois sejam os meus dedos a clara fúria
de mil rios
de ti não aprendo a vida sem esperança!


foto de Nathan Thomas Jones

14 comentários:

  1. Fica com os teus olhos erguidos. Fica sim!

    bjs

    :)))

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  2. "de ti não aprendo a vida sem esperança".

    Mariab, essa frase é uma lição de sabedoria, de vida.

    Lindo poema!

    Beijos,

    H.F.

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  3. Bela escolha, até pelos tempos que correm...

    Cumprimentos

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  4. É nos teus dedos que está a "clara fúria dos rios"

    Um beijo

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  5. Intensa como sempre...
    E o muro, nos faz ver adinte, diante nossos olhos, separando as letras de papéis reais...
    Abraço
    Everaldo Ygor

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  6. "os céus prenhes de agoiros"
    Acontece tantas vezes... Mas há sempre a "luz na hora certa" para esquecermos as sombras. Um belo poema. Beijos.

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  7. olhar ao alto. e coração pleno...

    gosto muito do poema. em especial da primeira estrofe...

    belíssimo.

    beijos

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  8. belo poema o teu

    (( da fúria

    às frentes por abrir,

    ( que abriremos,



    beijo



    ~

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  9. "A clara fúria de mil rios"...

    Que bela imagem e também angustiante, Mariab.

    Um carinho sincero.
    Continuemos...

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  10. Intenso sentir!

    Agradeço a sua presença em palavras no meu blog.

    Um dia repleto de dádivas para você!

    Um beijo carinhoso

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  11. Neste contexto, melhor de dois mil rios. Por prevenção.
    Um beijo!

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  12. Maria,

    Um poema de escassas palavras, mas tão infinito no desejo que expressa, que a compreensão foge ao alcance.

    Roberto Ramos

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