sábado, 24 de janeiro de 2009

por trás da bruma



algures por trás da bruma
dos prédios esventrados
das gentes que a alma não sente

perdi-te
ou perdi de ti o saber
                          o sabor
não encontro o caminho do teu ser
e nem o dos teus olhos
via aberta e estrada principal

perdi-me
por entre escombros
um mar de lixo à deriva
sentimentos quebrados
                          esfarrapados sentidos

nos becos além da bruma
perdi-me de ti.


foto de Claudio Naboni

13 comentários:

  1. talvez volte

    de olhos fechados,

    forma una de ver,




    beijo




    ~

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  2. aqui não há escombros!


    antes o assombro de quem se "sabe"....por fora das brumas!




    abraço.



    (obrigada)

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  3. Olá...
    Bela foto, belo poema...
    Por trás da bruma, a poesia toda.
    Abraços
    Everaldo Ygor

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  4. talvez se nos acharmos


    não nos percamos mais!


    beijo.

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  5. Entendo alguma frustração/ tristeza que acontece quando nos perdemos de alguém. Há, porém, um valor que se sobrepõe a tudo o resto e relativiza essas perdas: NUNCA NOS PERDEMOS DE NÓS MESMOS!
    :)))

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  6. perder o sentir

    e

    o sabor de quem se gosta

    é

    amar sem ter resposta

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  7. Como Morgana perdendo os poderes de dobrar a escuridão das brumas de Avalon, no reino de Merlim e da Deusa, o eu-lírico perde para si próprio em teu poema, Mariab. Uma imagem linda, performática, dotada de caos interior.

    Tua poesia me alimenta.
    Um carinho sincero.

    Continuemos...

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  8. A busca do eu

    nos escombros dos outros?


    Um beijo, bom domingo

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  9. quem ao menos uma vez não se perdeu? nos escombros de nós mesmo?

    belo e sensível poema.

    beijos

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  10. Falamos de uma cidade cheia. De passos apressados e de mãos que se procuram. De desencontros onde as vozes se confundem. De silêncios em demasia. Nem o teu sussurro me acordou. Tinha-me deixado cair num parede demasiadamente vazia. O meu corpo era uma folha à mercê do tempo. Os meus olhos rios feitos esgotos. Os meus braços apenas pó... Nesta cidade cheia não existem fotografias. Os passeios são baús a abarrotar de memórias e lágrimas. As estradas feitas labirintos assassinos. Não havia janelas. Muito menos portas. Nesta cidade de dentro da solidão só existo eu...

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  11. _______________________________

    Perder-se de alguém, mesmo estando próximo é a perda mais triste e irremediável...

    Gostei demais do seu poema!!!

    Beijos de luz e uma semana feliz...

    ___________________________________________

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