que novas me dás das cidades
onde a luz se pôs de madrugada?
o que me dizes das horas pardas
em que nos perdemos
para lá do portal da distância?
digo-te em verdade que a luz entrará
quando tudo não for mais que a cinza
despojada de nós
que o sopro insano do vento transporta
onde seremos para sempre princípio e fim
ancorados na orla do tempo
onde a luz se pôs de madrugada?
o que me dizes das horas pardas
em que nos perdemos
para lá do portal da distância?
digo-te em verdade que a luz entrará
quando tudo não for mais que a cinza
despojada de nós
que o sopro insano do vento transporta
onde seremos para sempre princípio e fim
ancorados na orla do tempo
foto de hakim talbi
Uma excelente resposta a duas inquietantes perguntas.
ResponderEliminarE segredou-lhe em jeito de verso: "Estamos vazios de nós, meu amor. As ruas cheiram a pó e a estrada desfaz-se no tempo. O horizonte cobre-nos com o seu manto de fantasma feito sonho. E nada voltará ao seu lugar nesta canção." Ela, levantou os olhos a medo, apertou-lhe a mão e fez-se rio. As águas transbordaram-se pelos corpos afogando tudo à passagem. Nem uma janela escapou. E a morte se anunciou num tapete de sangue estendido à passagem dos peregrinos do amor. "Não vás...", pediu. "Não aguento mais uma história." E foi-se mesmo.
ResponderEliminarBelo, Mariab.
ResponderEliminar"... a luz entrará
quando tudo não for mais que a cinza
despojada de nós".
Lindo!
Beijos,
H.F.
... a madrugada é a orla do tempo, varrida de cinzas pelo vento, para que as horas em que, voluntariamente, nos perdemos, nos mostrem o princípio de novas cidades e o fim de novos dias... nossos
ResponderEliminarPoesia quase gótica, muito bonita. Além da sintonia perfeita com a fotografia, por sinal, excelente, me lembrou o filme Metropolis, de Fritz Lang.
ResponderEliminarUm beijo!
"princípio e fim
ResponderEliminarancorados na orla do tempo"
É, de facto, aquilo que somos.
Cumprimentos meus.
"digo-te em verdade que a luz entrará
ResponderEliminarquando tudo não for mais que a cinza"
Estou precisando dessa luz!
Um beijo carinhoso
Vou lhe ser sincero, Mariab.
ResponderEliminarDos blogs que leio, a tua poesia é a que mais me toca. Você dialoga, conversa plenamente comigo.
Agradeço por existir.
Um carinho.
Continuemos...
"(...) ancorados na orla do tempo"
ResponderEliminaraguardam os párias da ilusão.
olham os ventos de água
no etéreo das correntes de luz.
e pressentem o artificial nas estruturas que fazem os aglomerados,
onde o rasto alimenta o caminho para os déspotas da igualdade.
em todo o lado existe luz!
mesmo onde não se vê.
o tempo é maior do que o tempo humano!
e aí reside o Criador.
Mariab,
obrigado.
Vicente
Gostei muito!
ResponderEliminarUm abraço, Gisela
poesia é (também) Utopia, dizem-me velhos alfarrábios...
ResponderEliminargosto particularmente do registo poético. e da cadência musical das palvras.
admiravel Poema.
Passei para apreciar novamente...
ResponderEliminarUma bela semana para o seu rico coração!
Um beijo com meu carinho
e,para lá do portal da distância?
ResponderEliminarcinza sem princípio e fim?
para sempre...
"que novas me dás das cidades
ResponderEliminaronde a luz se pôs de madrugada?"
Que belo poema!
Beijos.
há caves e ninhos
ResponderEliminarnas cidades
onde aços e lãs
( mais aços,
beijo
~