segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

o decifrar das sombras



quando acordo vejo-me
nos ilusórios espelhos de todas as paredes.
serei uma das sombras esfumadas
na luz onírica da madrugada?
com estranhos orifícios de ver sons
tacteio tudo o que dizem os reflexos
sem cor.
decifro-me nos cantos escondidos
e estranho-te em cada raio de luz.
devagar a crua iluminação do dia
compõe partes de mim quebradas
espalhadas no lençol
respiro a realidade oculta
despeço(me) (d)a tua ausência.


Foto de Rafal Bednarz

12 comentários:

  1. Tenho a primasia de ser o primeiro a comentar...

    Comento numa só e sentida palavra: BONITO!

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  2. Belo.
    Multiplicidade de espelhos. Reflexos.

    Amei, Mariab.

    Beijos,

    H.F.

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  3. despedida assim da ausência ficas tão presente......


    belo.


    como vem sendo rio. aqui.


    beijo.

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  4. fui um pouco por aqui abaixo e gostei. terei que voltar com mais tempo...

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  5. "estranho-te em cada raio de luz"
    entranho-te naquilo que leio.
    é isso.

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  6. Que lindo!
    Confesso que fiquei sem palavras!

    Acredito que disseste o que trago em mim.

    Um abraço carinhoso

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  7. Mariab,

    a interiorização da ausência traz-nos, quem sabe, uma nova luz ao olhar?

    E como gosto de te ler, nessa sensibilidade espelhada nas palavras, atrevi-me a deixar-te um selo especial no meu blog.

    Abraço

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  8. belíssimo o poema e completa a imagem...ausência de uma presença...poética e humana...

    abraços

    Véu d Maya

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  9. João Videira Santos,pront'habitar, : bem vindos a este espaço. Considerem a casa como vossa. :) É um verdadeiro prazer ter-vos por aqui.

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  10. H.F., mdsol, Tatiana, hfm, Véu de Maya: fico muito feliz por continuar a contar com a vossa leitura atenta.

    isabel mendes ferreira: só a tua presença me honra, quanto mais essas palavras... Obrigada.

    douglas D.: porque me estrnhas ? :)

    Arabica: agradeço-te o mimo. Sabe sempre bem, não é?

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